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quarta-feira, 12 de março de 2014

O mesmo mundo, desigual.



Jessie acordava e tinha de tudo para comer,
mas nunca tinha vontade do que estava servido.
Márcio levantava cedo, dividia apenas um pão com sua irmã,
saia para estudar e já levava doces para vender.
Por causa de suas roupas velhas era confundido com bandido.

Enquanto Jessie decidia seu próximo celular aos oito anos,
Márcio fazia contas para garantir a comida da semana.
Quanto à moradia, eram meio ciganos.
E para ela, não ir à manicure era ser desumana.

Uns têm e não sabem,
já outros não sabem o que é ter.

E naquele fim de tarde
seus destinos foram cruzados.
Ela dentro de um carro.
Ele do lado de fora,
implorando meros trocados
para ajudar sua família.
Enquanto ela jogava em seu vídeo game importado,
sem ao menos perceber essa outra realidade.

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