Vi aquele porta retrato e pensei em milhões de coisas,
possibilidades. Não sei o porquê mas algo me dizia que aquilo não era boa
coisa. Permaneci mais algumas horas ali, novamente ela entrou, deixou um
conjunto de roupas, roupas refinadas, e sem esquivar-me nos beijamos de novo,
isso estava se tornando prazeroso, não um prazer comum, um prazer mais gostoso,
com gosto de proibição.
Ela
tirou minha roupa, e me observou, sim aquilo era um tanto quanto constrangedor
para mim, embora eu fosse o mais popular da classe, tinha meninas de monte, eu
nunca havia me deitado com uma delas, muito menos com uma mulher. Despiu-se
também, e agora ela era observada, por meus olhos inquietos, agitados,
esfomeados e cheios de medo, tensão e receio. Nada aconteceu, não nos tocamos
nem nada, ela simplesmente me levou ao banheiro, e disse que em pouco tempo
voltaria para me buscar, e me esperaria pronto e vestido com as roupas deixadas
lá.
Me
aprontei, ela abriu a porta, me olhou, sorriu, e beijou-me, Elly estava linda,
uma verdadeira rainha, com aquele vestido vermelho, cabelo preso, e um sorriso
de ofuscar qualquer um. Fomos para a sala de jantar, um banquete, nenhum
serviçal estava na casa, era eu e ela. Após tudo, fomos ao salão de festas, um
lugar meio sombrio, escuro. Lá ela me falou:
-Você
é... Como se fosse meu primeiro amado, a única coisa que muda, é meu amor, que
agora, é maior que antes.
-A
senhora não deve estar falando sério. Me amar? Não, isso não aconteceria.
-Não
duvide de mim garoto, quando eu quero algo, eu consigo. Vou libera-lo
novamente, para que diga a seus pais que está bem, e logo voltará aqui, para
que possamos viver para sempre juntos, colados.
-Não
vou viver com a senhora, você é muito bonita, me atrai, mas não posso. Não
devo. Não quero.
Naquele
momento vi a raiva em seus olhos, como se não me conhecesse, como se eu fosse o
pior dos seres. Ela me beijou mais ardentemente que nunca, pensei que era um
ato de despedida, e sim era. Ao mesmo tempo que me beijou, que nos beijamos,
ela cravou uma estaca em meu coração. Eu via tudo muito embaçado, não tinha
forças, estava morrendo. E ainda assim ouvi aquela voz falando ao meu ouvido.
-Caro
amado, não sei o que farei em seu túmulo, chocolates quem sabe, poderíamos ter
vivido uma bela história, e quem sabe morrer juntos, mas você não quis assim.
Foi com dor no coração que matei meu primeiro amado, e com a mesma dor matei
você, ambos não fizeram a escolha certa.
Com a
visão embaçada, mais ainda, vi ela vindo ao meu encontro, beijou-me, desta vez
não retribui, e como se nada houvesse acontecido, abriu uma caixa, tirou um
bombom, e começou a deliciar-se naquele chocolate. Antes tudo aquilo fosse um
sonho, e eu não tivesse entrado pela segunda vez nessa maldita casa.
O segredo de Elly- Inicio
O segredo de Elly- Parte 2
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