Quase três da tarde e eu ainda pensava naquela manhã,
escola, rotina normal, e ele seguindo a vida dele, não sei como consegue ser
tão perfeito. Minha obsessão crescia a cada dia, na verdade não era bem
obsessão, era dependência, vício dele, e como vícios vão aumentando cada vez
mais, o meu também foi.
Não suportava só vê-lo, eu tinha que tocar aquele rosto,
abraçar aquele corpo, e sem dúvidas beijar aquela boca. Na mente era tudo mil
maravilhas, eu sonhava, me realizava, mas quando lembrava que aquilo era apenas
minha imaginação tudo voltava a ser como era. Já era algo maior que eu, um
sentimento que me sufocava.
E tudo isso foi indo, e quando vi já tinha se passado um
bimestre e eu com aquela paixão por um garoto que nunca nem falou comigo. Havia
duas alternativas para minha situação, ou chegava nele e contava oque estava se
passando, ou aceitava que era apenas uma paixão platônica.
Já que estava vivendo aquela loucura, resolvi abrir o jogo,
e no dia seguinte, eu toda estabanada, cheguei nele, e com palavras incertas se
passando em minha cabeça, só consegui falar: “Oi, meu nome é Amanda”. Ele ficou
parado, sem entender, mas disse: “Oi Amanda”. Eu, mais tonta do que o normal só
arranjei uma frase para falar: “Você tem régua para me emprestar?”. Ele tinha,
e me emprestou, fiquei me consolando mentalmente, pelo menos teria que voltar a
falar com ele quando fosse devolver a régua.