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sábado, 29 de dezembro de 2012

O segredo de Elly -Parte 3


          Vi aquele porta retrato e pensei em milhões de coisas, possibilidades. Não sei o porquê mas algo me dizia que aquilo não era boa coisa. Permaneci mais algumas horas ali, novamente ela entrou, deixou um conjunto de roupas, roupas refinadas, e sem esquivar-me nos beijamos de novo, isso estava se tornando prazeroso, não um prazer comum, um prazer mais gostoso, com gosto de proibição.
          Ela tirou minha roupa, e me observou, sim aquilo era um tanto quanto constrangedor para mim, embora eu fosse o mais popular da classe, tinha meninas de monte, eu nunca havia me deitado com uma delas, muito menos com uma mulher. Despiu-se também, e agora ela era observada, por meus olhos inquietos, agitados, esfomeados e cheios de medo, tensão e receio. Nada aconteceu, não nos tocamos nem nada, ela simplesmente me levou ao banheiro, e disse que em pouco tempo voltaria para me buscar, e me esperaria pronto e vestido com as roupas deixadas lá.
          Me aprontei, ela abriu a porta, me olhou, sorriu, e beijou-me, Elly estava linda, uma verdadeira rainha, com aquele vestido vermelho, cabelo preso, e um sorriso de ofuscar qualquer um. Fomos para a sala de jantar, um banquete, nenhum serviçal estava na casa, era eu e ela. Após tudo, fomos ao salão de festas, um lugar meio sombrio, escuro. Lá ela me falou:
          -Você é... Como se fosse meu primeiro amado, a única coisa que muda, é meu amor, que agora, é maior que antes.
          -A senhora não deve estar falando sério. Me amar? Não, isso não aconteceria.
          -Não duvide de mim garoto, quando eu quero algo, eu consigo. Vou libera-lo novamente, para que diga a seus pais que está bem, e logo voltará aqui, para que possamos viver para sempre juntos, colados.
          -Não vou viver com a senhora, você é muito bonita, me atrai, mas não posso. Não devo. Não quero.
          Naquele momento vi a raiva em seus olhos, como se não me conhecesse, como se eu fosse o pior dos seres. Ela me beijou mais ardentemente que nunca, pensei que era um ato de despedida, e sim era. Ao mesmo tempo que me beijou, que nos beijamos, ela cravou uma estaca em meu coração. Eu via tudo muito embaçado, não tinha forças, estava morrendo. E ainda assim ouvi aquela voz falando ao meu ouvido.
          -Caro amado, não sei o que farei em seu túmulo, chocolates quem sabe, poderíamos ter vivido uma bela história, e quem sabe morrer juntos, mas você não quis assim. Foi com dor no coração que matei meu primeiro amado, e com a mesma dor matei você, ambos não fizeram a escolha certa.
          Com a visão embaçada, mais ainda, vi ela vindo ao meu encontro, beijou-me, desta vez não retribui, e como se nada houvesse acontecido, abriu uma caixa, tirou um bombom, e começou a deliciar-se naquele chocolate. Antes tudo aquilo fosse um sonho, e eu não tivesse entrado pela segunda vez nessa maldita casa.


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