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segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Talvez haja amanhã.



          Quando se está com sono e com fome tudo parece ficar mais intenso, quando não há nada para se alimentar, nem ao menos água para beber qualquer coisa é importante, qualquer detalhe que antes passaria despercebido agora é uma chance de sobreviver mais um dia. Nosso tempo não tem o que chamamos de conforto, ou até mesmo de uma vida digna. Os poucos que sobraram estão se matando para ter o que comer, beber e onde ficar. 
          Muitas coisas estão acontecendo ao nosso redor, não sei se o resto do mundo está passando pelo mesmo que nós. Pois a conexão que era tão fácil a dois anos atrás agora já não existe. Estamos no ano de 2047, onde esse turbilhão de coisas ruins está em seu auge, por causa do passado agora devemos lutar a cada dia para que haja outro. 
          Me chamo Adlen, e estou em Londres, meus pais morreram, tenho uma irmã de onze anos, mas não faço a mínima ideia de onde ela está, quando começou a crise meus pais foram tentar conseguir vagas para nós em lugares onde hoje continua sendo como nos anos anteriores, cheios de tecnologia e conforto, nós não tivemos notícias deles então partimos, quando encontramos uma realidade totalmente diferente da que vivíamos naqueles anos todos entramos em pânico. Em uma concentração nos perdemos, e até hoje não tive notícias dela.
         Agora estou em um pequenos edifício abandonado, quanto menor o espaço mais fácil é a vigilância, a maioria das pessoas boas estão formando grupos, onde um ajuda o outro, mas até agora não encontrei nenhum que me identificasse, nem um que eu fosse convidada para entrar. Já estou aqui a algumas semanas, ainda estou bem, consegui uns tecnológicos que facilitam algumas coisas, mas não posso usa-los a qualquer hora, pois atraem muito os depravados, que não pensam duas vezes quando a questão é tomar algo de alguém,
          Estou me preparando pois há rumores de que haverá um grande torneio para dar chance a cinco pessoas de voltarem a viver uma vida digna, uma vida com o mínimo possível de conforto. O evento nada mais é do que um grande jogo de lógica, onde vamos tendo que eliminar aos poucos os concorrentes. Não sei exatamente como vai ser, mas nos tempos de hoje ou você agarra qualquer chance ou fica sofrendo da mesma forma. E assim vamos vivendo o dia de hoje com a incerteza de que o amanhã virá.

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